sábado, 12 de julho de 2008

TEMPO DE MATAR


Título Original: TEMPO DE MATAR
Título Adaptado: A Time to Kill
Gênero: Drama
Tempo: 149 min.
Lançamento: 1996
País: EUA
lalalalalalalla
Elenco:

Matthew McConaughey - Jake Tyler Brigance
Sandra Bullock - Ellen Roark
Samuel L. Jackson - Carl Lee Hailey
Kevin Spacey - Rufus Buckley
Oliver Platt - Harry Rex Vonner
Charles Dutton - Xerife Ozzie Walls
Brenda Ficker - Ethel Twitty
Donald Sutherland - Lucien Wilbanks
Kiefer Sutherland - Freddie Lee Cobb
Patrick McGoohan - Juiz Omar Noose
Ashley Judd - Carla Brigance
Tonea Stewart - Gwen Hailey
Rae'ven Kelly - Tonya Hailey
Darrin Mitchell - Skip Hailey
LaConte McGrew - Slim Hailey
Devin Lloyd - Willie Hailey
John Diehl - Tim Nunley
Chris Cooper - Detetive Dwayne Powell Looney
Nicky Katt - Billy Ray Cobb
Doug Hutchison - James Louis "Pete" Willard
Kurtwood Smith - Stump Sisson
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Direção:
Joel Schumacher
Produção: John Grisham, Hurt Lowry, Arnon Milchan e Michael G. Nathanson
Trilha Sonora: Elliot Goldenthal
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Frases:
Roark: “Por que não quer tirar as calças? Acha que sou desse tipo? Tem medo que eu veja sua cueca?"
Jake: “Sem a Carla, acabaram minhas cuecas limpas. Não estou usando."
Roark: “E daí? Não uso calcinha há anos.”
llalalalalala
Jake: “A senhora é Cora Mae Cobb, mãe do falecido Billy Ray Cobb?”
Cora: “Sim, senhor.”
Jake: “Onde estava quando seu filho foi assassinado?”
Cora: “Do lado de fora daquela porta. Eu e Freddie esperávamos pela audiência. Ele estava subindo as escadas, algemado.”
Jake: “Pode dizer que idade seu filho tinha quando morreu?
Cora: “Vinte e três anos.”
Jake: “Seu filho tinha 23 anos quando morreu?”
Cora: “Sim.”
Jake: “E nesses 23 anos, Sra. Cobb...quantas crianças ele raptou?”
Buckley: “Objeção, meritíssimo!”
Juiz: “Concedida. Está se excedendo, Sr. Brigance.”
Jake: “Retiro a pergunta.”
Juiz: “O júri vai desconsiderar essa última pergunta.”
Jake: “Sra. Cobb, nos 23 anos de vida de seu filho...quantas outras crianças ele estuprou?"
Buckley: “OBJEÇÃO!!!”
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Buckley: “Venha para o lado vencedor, amor.”
Roark: “E a sua impotência, Rufus?”
Buckley: “Não está sendo paga para trabalhar com ele, certo? Jake deve estar pagando você de outro jeito.”
Lalalalala
Jake: “Xerife Walls, prendeu Billy Ray e Willard?”
Xerife: “Sim, prendi. Eu os prendi pelo estupro e tentativa de homicídio de Tonya Hailey, uma menina de 10 anos.”
Jake: “É verdade que Pete Willard assinou uma confissão na qual dizia que ele e Billy Ray estupraram Tonya Hailey?”
Buckley: “Objeção! lsso é inadmissível e o Sr. Brigance sabe!"
Juiz: “Sr. Brigance, como já lhe falei não estamos julgando o estupro da Srta. Hailey hoje, mas sim o homicídio de dois jovens. Se continuar agindo assim, vou prendê-lo por desacato a corte. Entendeu?”
Jake: “Sim, senhor. Sem mais perguntas, meritíssimo.”
Xerife: “Sim.”
Juiz: “Disse alguma coisa?”
Xerife: “Sim, ele assinou a confissão.”
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Jurado 1: “Precisamos conversar.”
Jurado 2: “Espere aí! O juiz nos proibiu de discutir o caso!”
Jurado 1: “O juiz não está sendo mantido longe de sua família! Quanto mais cedo conversarmos, mais cedo poderemos ir pra casa! Vamos resolver isto! Indecisos? Quatro. Culpado? Sete. Inocente? Aquele crioulo já está morto!”
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Carl Lee: “Pergunte se ele acha que devo ir pra cadeia.”
Jake: “A perna dele foi amputada porque você o atingiu! Ele é testemunha da acusação.”
Carl Lee: “Você é meu advogado, não? Pergunte a ele.”
Jake: "Meritíssimo, tenho uma pergunta: Detetive Looney, acha que Carl Lee o atingiu de propósito?”
Detetive: “Não, senhor. Foi um acidente.”
Carl Lee: “Pergunte a ele.”
Jake: “Acha...acha que ele deve ser punido por isso?”
Detetive: “Não, senhor. Não alimento nenhum rancor por ele. Ele fez o que eu teria feito.”
Jake: “O que quer dizer com isso?”
Detetive: “Que não o culpo pelo que fez. Aqueles dois estupraram sua filha.”
Buckley: “Objeção! A opinião da testemunha a esse respeito é irrelevante.”
Jake: “Meritíssimo, acredito que o detetive Looney fez por merecer o direito de falar aqui hoje."
Juiz: “Objeção negada. Pode continuar.”
Jake: “Continue, Dwayne.”
Detetive: “Eu tenho uma filhinha. Se alguém a estuprar, mato o cachorro. Estouro ele como Carl Lee fez.”
Buckley: “Objeção, meritíssimo!”
Jake: “Acha que o júri deve condená-lo?”
Buckley: “Não responda essa pergunta!”
Detetive: “Ele é um herói. Libertem-no.”
Juiz: “O júri vai desconsiderar...”
Detetive: “Libertem-no!”
Buckley: “Meritíssimo, faça a testemunha se calar!”
Detetive: “Libertem-no!
Buckley: “Todos falam o que querem neste tribunal?!”
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Roark: “Quer que eu fique?”
Jake: “Sim. Quero que você fique. Portanto é melhor você ir.”
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Jake: “Lucien, eu contava com você! Agora não posso...”
Lucien: “Você quis esse caso. Agora o tem. É duro salvar o mundo, mesmo caso a caso. Persevere. Pode se dar bem. Não faça como eu, não desista!”
Jake: “Quem desistiu? Você é um herói, Lucien!”
Lucien: “Herói o cacete! Acha que o mundo precisava de mim batendo em policiais? Eu era necessário aqui, neste tribunal! Deixei que me intimidassem, que me expulsassem...e agora não posso mais trabalhar aí. Mas você pode. Você é um advogado. Orgulhe-se disso! Seu trabalho é achar a justiça, por mais oculta que ela esteja. Agora volte lá e faça o seu trabalho! Depressa, senão começam sem você.”
Jake: “Venha comigo.”
Lucien: “Não posso, Jake. Eu amo você, mas não posso. Você sabe disso. Eu nunca mais pisarei num tribunal.”
Jake: “E eu não posso ser você, Lucien.”
Lucien: “Não seja eu. Seja melhor do que eu.”
Lalalalala
Jake: “E como se sentiu?”
Carl Lee: “Senti...não sei...era como se eu estivesse fora de mim, olhando pra mim. Todo o tempo, eu ouvia minha menina dizer: ‘Eu chamei você, papai. Quando os homens estavam me machucando, chamei e chamei...mas você não veio.’"
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Buckley: “Antes de sair de dentro de si para se ver matando Willard e Cobb, estava ciente de que eles podiam pegar só 10 anos de cadeia?”
Carl Lee: “Sim, ouvi gente dizendo isso.”
Buckley: “É a pena justa para quem rapta?”
Car Lee: “Não, senhor.”
Buckley: “E para estupradores de crianças?”
Carl Lee: “Não, senhor.”
Buckley: “Acha que quem enforca crianças deve pegar só 10 anos? O que deveria acontecer? Qual a pena justa?”
Jake: “Objeção!”
Buckley: “Eles mereceram morrer? Responda!”
Jake: “Carl Lee, não responda!”
Carl Lee: “Sim, eles mereceram e espero que ardam no inferno!”
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Roark: “Como nos saímos?”
Jake: “Bass era um criminoso condenado. Carl Lee foi encurralado por Buckley. Pessoas foram aterrorizadas, Roark, espancadas, mortas...não vale a pena. Não mesmo.”
Roark: “Só não terá valido a pena se Carl Lee for executado.”
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Carl Lee: “Não posso pegar prisão perpétua, Jake! Precisa me livrar! Se você fosse o réu...”
Jake: “Eu não sou o réu! Nós não somos iguais! O júri precisa se identificar com o réu. Em você, eles vêem um operário, em mim vêem um advogado. Sou da cidade, você é do campo.”
Carl Lee: “Você é branco e eu sou negro! Não vê, Jake? Você pensa exatamente como eles. Por isso escolhi você. Você é um deles, não percebe? Você acha que não é, porque come comida crioula e aparece na TV falando de brancos e negros. Mas a verdade é que você é igual a todo o resto. Ao olhar para mim, você não vê um homem. Vê um homem negro.”
Jake: “Carl Lee, eu sou seu amigo.”
Carl Lee: “Nós não somos amigos, Jake! Moramos de lados diferentes dos trilhos. Nunca vi você no meu bairro. Aposto que nem sabe onde moro. Nossas filhas nunca vão brincar juntas!”
Jake: “Que história é essa?”
Carl Lee: “A América está em guerra e você está do outro lado. Como um negro pode receber um julgamento justo com o inimigo na tribuna e no júri? Minha vida está em mãos brancas! Você, Jake. Você é a solução. Você é minha arma secreta, porque é um dos vilões. Não quer ser, mas é. Foi educado assim. Crioulo, negro, preto, afro-americano, não importa como me veja, você me vê como alguém diferente. Você me vê como aquele júri me vê. Você é eles! Jogue fora seus argumentos jurídicos. Se você estivesse sentado naquele júri, o que seria preciso para convencer você a me libertar? É assim que vai salvar minha pele. É assim que vai nos salvar... ambos."
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Buckley (argumento final): “Carl Lee Hailey é louco??? A idéia é tão ultrajante que a única testemunha que a defesa arranjou para apoiá-la era um criminoso condenado! Carl Lee Hailey não é louco. Esse homem é um assassino confesso. Ele admitiu, sentado neste banco, ter cumprido a sentença que achavaque os presumidos estupradores de sua filha mereciam! Ele tirou a justiça das mãos de vocês e a pôs nas dele mesmo. Com aquelas mãos, ele tirou a vida de dois jovens! Lamentamos o que houve com sua filha, mas lamentar e saber que algo está errado não dá a nenhum de nós o direito de matar. Senhoras e senhores, seu dever é claro. Todos neste tribunal sabem a verdade. Todos no Estado sabem a verdade. Agora vocês só precisam criar a coragem de dizer as palavras: Carl Lee Hailey é culpado. Culpado! Culpado! O Estado já terminou."
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Jake (argumento final): “Eu preparei um belo sumário cheio de manhas de advogado, mas não vou lê-lo. Estou aqui para pedir desculpas. Sou jovem e inexperiente, mas vocês não podem responsabilizar Carl Lee pelas minhas deficiências. Em todas essas manobras jurídicas, algo se perdeu: a verdade. É nosso dever, como advogados, não apenas falar da verdade, mas buscá-la, encontrá-la e vivê-la. Meu professor me ensinou isso. Que parte nossa busca a verdade? Nossa mente ou nosso coração? Eu quis provar que um negro podiaser julgado com justiça no Sul, que somos todos iguais aos olhos da lei. Não é verdade...não é verdade porque os olhos da lei são humanos. Os de vocês e os meus.E até podermos nos ver como iguais, a justiça nunca será imparcial. Ela continuará sendo uma reflexão de nossos preconceitos. Até lá, temos o dever, perante Deus, de buscar a verdade. Não com nossos olhos e mentes, porque o medo e o ódio fazem surgir preconceitos do convívio. Mas com nossos corações, onde a razão não manda. Quero contar uma história. Vou pedir que fechem os olhos enquanto eu a conto. Quero que me ouçam e que ouçam a si mesmos. Vamos, fechem os olhos, por favor. É a história de uma garotinha que voltava do armazém numa tarde ensolarada. Quero que imaginem a garotinha. De repente, surge uma pick-up. Dois homens saem e a agarram. Eles a levam para uma clareira...amarram-na...arrancam-lhe as roupas do corpo...e montam nela...primeiro um, depois o outro...estuprando-a. Despedaçando tudo o que há de inocente com suas arremetidas, numa névoa de hálito ébrio e suor. E, ao acabarem, depois de matarem aquele pequeno útero, tirando-lhe a possibilidade de ter filhos, de perpetuar a sua vida, eles começam a usá-la como alvo jogando latas de cerveja cheias nela. Jogam com tanta força que cortam sua carne até o osso. Aí eles urinam sobre ela. Agora vem o enforcamento. Eles pegam uma corda e fazem um laço. Imaginem o laço apertando e, com um puxão repentino, ela é suspensa no ar. Esperneia e não encontra o chão. O galho onde a penduram não é forte. Ele quebra, e ela cai de novo no chão. Eles a levantam, a jogam na pick-up e dirigem-se para a ponte de Foggy Creek. A jogam por cima da mureta. Ela cai de 10 m de altura até o fundo do córrego. Conseguem vê-la? Seu corpo estuprado, espancado, massacrado, ensopado de urina, ensopado de sêmen, ensopado de sangue...abandonado para morrer. Conseguem vê-la? Quero que façam uma imagem dessa garotinha...Agora imaginem que ela é branca...A...a defesa terminou, meritíssimo."

terça-feira, 8 de julho de 2008

CAPOTE


Título Original: CAPOTE
Título Adaptado: Capote

Gênero: Drama
Tempo: 98 min.

Lançamento: 2005
País: EUA
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Elenco:
Philip Seymour Hoffman - Truman Capote
Catherine Keener - Harper Lee
Clifton Collins Jr. - Perry Smith
Chris Cooper - Alvin Dewey
Bruce Greenwood - Jack Dunphy
Bob Balaban - William Shawn
Amy Ryan - Marie Dewey
Mark Pellegrino - Richard Hickock
Allie Mickelson - Laura Kinney
Marshall Bell - Warden Marshall Krutch
Araby Lockhart - Dorothy Sanderson
R.D. Reid - Roy Church
Rob McLaughlin - Harold Nye
Harry Nelken - Xerife Walter Sanderson
Robert Huculak - Repórter
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Direção: Bennett Miller
Produção: Caroline Baron, Michael Ohoven e William Vince
Trilha Sonora: Mychael Danna
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Frases:
Capote: "Almocei com o Jimmy Baldwin outro dia. Falou-me sobre o seu novo livro. Disse-me: 'Só quero ter certeza de que não é um daqueles romances problemáticos.' Respondi-lhe: 'Jimmy, o teu romance é sobre um negro homossexual que está apaixonado por um judeu. Não dirias que isso é um problema?'. Ele começou-se a rir, porque sabia que eu tinha razão."
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Capote: "Eu tinha acabado de entregar a cena final de um livro, quando o porteiro me disse que tinha uma chamada. Era o meu padrasto, Joe Capote, que me telefonava para dizer que a minha mãe tinha morrido. Regressei a casa, em Nova Iorque, terrivelmente angustiado. Mas quando cheguei ao apartamento, vi que Joe estava em pior estado que eu. Agarrou-me a mão e disse: 'Fale. Fale sobre qualquer coisa...qualquer coisa do mundo. Não se preocupe se me interessa ou não. Apenas fale...para eu não ter um colapso'. Ele não conseguia suportar estar só com os seus pensamentos. Era muito doloroso."

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Capote (sobre o tema de seu livro): "O livro que estou a escrever irá colocá-los de novo no mundo dos humanos. É o livro que sempre quis escrever.
Harper: "Você ainda não escreveu uma única palavra!"
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Capote (para Perry): "Não somos assim tão diferentes. Abandonaram-me várias vezes quando era criança. A minha mãe me levava de cidade em cidade apenas para poder viver com um novo homem que tivesse conhecido. E todas as noites deixava-me sozinho, no quarto do hotel. E pedia aos empregados do hotel que não me deixassem sair, acontecesse o que acontecesse. Eu ficava aterrorizado e gritava bem alto. Até que entrava em colapso e, no tapete junto à porta, acabava por adormecer."
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Capote: "Ele confia em mim, por isso é que me deu o diário. Ele me deu tudo. Ele quer tanto que as pessoas o levem a sério...que o estimem."

Harper: " E você?"
Capote: "Eu o quê?"

Harper: "Você o estima, Truman?"
Capote: "Bem, ele é uma mina de ouro!"

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Capote: "Estou sempre a escrever-lhe, tenho estado focado apenas no livro. O Jack acredita que usei o Perry. E que me apaixonei por ele quando estive no Kansas. Eu não compreendo como as duas coisas podem ser verdade."

Harper: "É verdade? Você se apaixonou por ele?
Capote: "Não sei como responder a isso. É como se Perry e eu tivéssemos crescido na mesma casa. E, um dia, ele saiu pela porta dos fundos e eu pela porta da frente.
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Capote (sessão de leitura pública): "Olá, o meu nome é Truman Capote. Para o programa desta noite lerei algumas partes dos três primeiros capítulos do meu novo livro. [A aldeia de Holcomb fica situada no meio dos planaltos de trigo, no Oeste do Kansas, numa área isolada, que os demais habitantes do estado chamam 'lá fora'. Até aquela manhã de Novembro de 1959, poucos americanos, até mesmo poucos habitantes do Kansas, tinham ouvido falar de Holcomb. Tal como as águas do rio, ou os automobilistas da auto-estrada, algo sob a forma de acontecimento extraordinário, nunca ali tinha parado.] [A voz de Perry Smith é suave e formal. Uma voz que, embora seja suave, produz cada som com exatidão. Ele a deixa sair como uma cortina de fumo que sai da boca de um padre.] [Os quatro caixões, que enchiam por completo a pequena sala coberta de flores, iriam ser fechados durante os serviços fúnebres. Muito incompreensivelmente, o resultado não era satisfatório. Nancy envergava o seu vestido de veludo cor de cereja, o irmão uma camisa escocesa. Os pais vestiam trajes mais discretos. O Sr. Clutter, de flanela azul-escura, e a mulher, um de crepe da mesma cor; O seguinte era o que especialmente tornava a cena tão macabra. A cabeça de cada um encontrava-se por completo envolta em algodão de rama. Lembrando um casulo duas vezes maior do que um balão vulgar. O algodão fora embebido emqualquer substância gomosa, e por isso, brilhava como a falsa neve das árvores de Natal.] [Numa terça-feira ao amanhecer, forasteiros que ignoravam a tragédia local, ficaram surpreendidos com o que viram ao cruzar a pradaria em direção a Holcomb. As janelas brilhavam. Quase todas as janelas em quase todas as casas. E nas habitações de luzes brilhantes, pessoas vestidas para sair. Inclusive famílias sentavam-se, acordadas a noite toda. A vigiar. A escutar. O que temeriam? A resposta era simples: que pudesse acontecer novamente.]. Obrigado."
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Linda (irmã de Perry): "A Jane está morta. O Frank suicidou-se. E Perry fez o que fez. Eu o adorava, era o meu preferido. Agora, ele me assusta."
Capote: "Quando foi última vez que o viu?"
Linda: "Há dez anos."
Capote: "Dez anos. Poderia emprestar-me uma destas fotografias?
Linda: "Leve tudo, não as quero. Não se deixe enganar pelo meu irmão. Ele tem um lado sensível. Creio até que é delicado. Mas é fácil feri-lo. Ele pode matar quem lhe apertar a mão."
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Perry: "Você fingiu ser meu amigo."

Capote: "Lamento. Devia ter lhe dito isso. Não poderia fingir ser seu amigo, porque a verdade é que não consigo evitar querer sê-lo. Não tem de me dizer nada se não quiser."
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Perry (sobre os assassinatos): "Deve haver algo de errado conosco, para fazer o que fizemos. Ouvimos que havia 10 mil dólares naquela casa. Depois de os amarrarmos, reviramos a casa de cima a baixo. Parece que quem nos disse se enganou. Não havia dinheiro. O Dick não queria acreditar, e começou a destruir a casa. Dava golpes nas paredes, em busca de um cofre. Ia agarrar a Nancy, para se aproveitar dela. Eu não ia permitir, e disse-lhe isso. Por isso, matei-a. O Dick veio me buscar. Apagou as luzes e fomos para o quarto onde estavam o Sr. Clutter e o rapaz. Ele repetia que não queria deixar testemunhas, mas eu pensei que se ganhasse tempo ele desistiria e os deixaria lá, amarrados. Se conduzíssemos a noite toda nunca nos encontrariam. Amarramos os pulsos do Sr. Clutter e colocamos um capuz sobre a sua cabeça. Parecia que doía, por isso cortei o capuz. Coloquei-o numa caixa, para que ficasse mais confortável. Perguntou-me pela filha e a esposa, e eu disse que estavam bem. Que se preparavam para dormir e que em breve alguém os encontraria. Ele me olhava. Olhava-me nos olhos, como que à espera da morte. Era de se imaginar que eu era o tipo de pessoa que o mataria. Estava tão envergonhado. Eu pensava que ele era um homem muito amável e continuei pensando nisso até cortar sua garganta."

Capote: "E no total, quanto dinheiro tiraram da casa dos Clutter nessa noite?"
Perry: "Entre 40 e 50 dólares".

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Capote (sobre o enforcamento): "Foi uma experiência terrível. Nunca me recuperarei disto."

Harper: "Eles morreram, Truman. Você está vivo."
Capote: "Não havia nada que eu pudesse fazer para salvá-los."
Harper: "Talvez não. Mas, o fato, é que não queria."

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Epígrafe do último livro de Capote (não terminado): "Mais são as lágrimas derramadas pelas preces atendidas do que pelas não atendidas."

segunda-feira, 7 de julho de 2008

MEMÓRIAS DE UMA GUEIXA



Título Original: MEMOIRS OF A GEISHA
Título Adaptado: Memórias de uma Gueixa
Gênero: Drama
Tempo: 145 min.
Lançamento: 2005
País: EUA
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Elenco:
Zhang Ziyi - Sayuri
Ken Watanabe - Presidente
Michelle Yeoh - Mameha
Youki Kudoh - Pumpkin
Kaori Momoi - Mãe
Tsai Chin - Tia
Cary-Hiroyuki Tagawa - Barão
Suzuka Ohgo - Chiyo
Gong Li - Hatsumomo
Zoe Weizenbaum - Pumpkin (jovem)
Thomas Ikeda - Sr. Bekku
Togo Igawa - Tanaka
Mako - Sakamoto
Samantha Futerman - Satsu
Elizabeth Sung - Esposa de Sakamoto
Randall Duk Kim - Dr. Crab
Kôji Yakusho - Nobu
Ted Levine - Coronel Derricks
Paul Adelstein - Tenente Hutchins
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Direção: Rob Marshall
Produção: Lucy Fisher, Steven Spielberg e Douglas Wick
Trilha Sonora: John Williams
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Frases:
Início do Filme (narração de Sayuri): "Uma história como a minha nunca deveria ser contada, pois o meu mundo é tão proibido como delicado. Sem os seus mistérios, não pode sobreviver. Com certeza não nasci para levar uma vida de gueixa. Como tantas outras coisas da minha estranha vida, fui levada pela corrente. Quando descobri que a minha mãe estava doente, meu pai atirou o pescado de volta ao mar. Naquela noite, passamos fome para compreender o vazio de que ele nos falou. A mãe sempre disse que a minha irmã Satsu era como a madeira, enraizada na terra como uma árvore. Mas disse-me que eu era como a água. A água consegue encontrar o seu caminho, mesmo por entre as rochas e, quando encurralada, a água cria um novo caminho."
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Mãe(falando para Hatsumomo): "Nunca mais vai vê-lo novamente. Compreendido? Pensa o quê? Que uma gueixa é livre para amar?"
LALALAALA
Narração de Sayuri: "No templo, há um poema que se chama 'Perda', gravado na pedra. Tem três palavras, mas o poeta raspou-as. Não se consegue ler 'Perda', apenas é possível senti-la."
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Narração de Chiyo: "O meu pai e a minha mãe tinham deixado esta vida. Da minha irmã, nunca mais ouvi falar. Tinha desonrado a oki-ya e, por isso, a Mãe tinha outros planos para mim. Iria pagar a minha dívida, ano, após ano, após ano. Não como uma gueixa, mas como sua escrava."
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Narração de Sayuri: "Naquele momento, de uma garotinha sem perspectivas além de um grande vazio, transformei-me em alguém com uma finalidade. Vi que ser uma gueixa podia ser um salto para qualquer coisa diferente. Era a chance para alcançar um lugar no mundo dele. O dinheiro que o Presidente me deu daria para ter comprado peixe e arroz para um mês. Mas devolvi-o nas orações, conservando apenas o seu lenço. Pedi, um dia, para me tornar uma gueixa e, para a essa altura, de alguma forma, voltar a encontrá-lo."
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Mameha: "Não volte a falar com ela novamente! Agora vocês são rivais!
Chiyo (pensando): "Era assim que as coisas se passavam neste pequeno mundo de mulheres. Amigas que se viram contra suas amigas.
E agora as duas maiores gueixas de Myoko estavam em guerra através de mim: Hatsumomo a perseguir-me e Mameha a chamar-me, oferecendo a oportunidade de me tornar uma daquelas mulheres elegantes que tinha visto na ponte, a flutuar num quimono de seda, ao lado do Presidente."

LALALALALA
Sayuri: "Quando é que uma gueixa escolhe o seu 'danna' (senhor)?"
Mameha: "Receio que seja exatamente o contrário. Mas concentre-se nos estudos, Chiyo. Na música, na arte da conversação...é essa a forma mais segura de atrair um patrono. Mas com os pés bem assentes no chão e não com a cabeça no ar."

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Mameha: "Lembre-se, Chiyo, as gueixas não são cortesãs, nem esposas. Vendemos a nossa arte e não o nosso corpo. Criamos um novo mundo secreto, um espaço onde só existe beleza. A própria palavra 'gueixa' significa 'artista' e ser uma gueixa é ser avaliada como uma obra de arte viva. A agonia e a beleza, para nós, convivem lado a lado. Os teus pés irão sofrer, os dedos irão sangrar. Mesmo se sentar e dormir será doloroso. Não pode se considerar uma verdadeira gueixa até conseguir impedir um homem de seguir o seu caminho, apenas com um olhar."
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Mameha: "Hoje deixa a sua infância e prescinde do seu nome. De hoje em diante, será conhecida por...Sayuri."
Sayuri (narrando): "Quando a Mameha me concedeu o meu novo nome, senti que a pequena Chiyo desaparecera, por detrás de uma máscara branca, com lábios vermelhos. Agora, eu era uma maiko, uma aprendiz de gueixa. A partir desse momento, disse a mim mesma: 'Quando faço chá, quando sirvo sakê, quando danço, quando aperto o meu quimono... Tudo que fizer, será pelo Presidente...até ele me encontrar...até eu ser dele."

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Nobu: "O 'hatakikomi' é o movimento que o lutador menor usa para desequilibrar o adversário. A vitória nem sempre pertence aos poderosos. Nunca se pode julgar o poder de um homem apenas por sua aparência."
Lalalalala
Sayuri (referindo-se a Mameha): "Se a sua honrada irmã diz: corta a sua perna, você vai e corta a perna. Ela diz 'segue-me', você a segue. A minha vida transformou-se num jogo e apenas ela conhecia as regras."
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Presidente: "Não devemos esperar felicidade, Sayuri. Não é algo que mereçamos. Quando a vida corre bem, é uma dádiva perene, não pode durar para sempre."
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Pumpkin: "Chiyo-chan...É você?"
Sayuri: "Não tenho direito algum de te pedir favores, Pumpkin. Eu sei disso.
Pumpkin: "Imagina lá...Agora só fumo Chesterfield."
Sayuri: "Queria te pedir desculpa há tanto tempo... sobre a oki-ya."
Pumpkin: "Estes jovens soldados, sabe que me fizeram cantar?"
Sayuri: "Devia ter ido para você, não para mim."
Pumpkin: "Frank Sinatra, Dinah Shore..."
Sayuri: "Se o seu coração puder me perdoar..."
Pumpkin: "Sayuri, pára! Você quer que eu seja honesta? Preferia comer areia a ter de voltar para aquilo tudo."
Sayuri: "Então não está brava comigo?"
Pumpkin: "Não se preocupe comigo, 'chica querida'. Tenho mais clientes do que aqueles que posso atender.
Sayuri: "Você parece estar tão à vontade com estes americanos..."
Pumpkin: "São uns sacanas!"
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Coronel Derricks: "Então...Qual é o protocolo?"
Sayuri: "Desculpe...?"
Coronel Derricks: "Acho que imagina que queria estar em particular com você..."
Sayuri: "Peço desculpas, Coronel. Esse não é um costume das gueixas.
Coronel Derricks: "Se for uma questão de preço..."
Sayuri: "Se houvesse um preço, o senhor nunca poderia pagá-lo."
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Sayuri: "O que está tentando dizer?"
Nobu: "A mera ideia de estar com ele, com qualquer homem...você estaria morta! Não vê que te quero para mim? Você me arruinou! Antes de nos conhecermos, eu era um homem disciplinado. Não devia ter pedido que viesse. O Presidente não concordou com isso. Eu devia tê-lo ouvido."
Sayuri: "Devo pedir o seu perdão, Nobu-san. Fui tola por pensar que iria me usar como um objeto de troca."
Nobu: "Então não combinou nada com o Coronel?
Sayuri: "Por favor, não volte a me insultar!"
Nobu: "Se ele ratificar o nosso contrato, então serei novamente um homem de recursos. Não há nada que deseje mais, Sayuri, do que me tornar o seu 'danna'(senhor)."
Sayuri: "Já lhe devo demasiado..."
Nobu: "Eu não serei recusado!"
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Sayuri: "Quando me apresentou pela primeira vez ao Nobu, fui tão estúpida por ter lhe dado a minha atenção!"
Mameha: "Não pode recusá-lo. Não deve!"
Sayuri: "Mas, Mameha..."
Mameha: "O que é que ele deve pensar? Ele pôs a sua vida a salvo!"
Sayuri: "E por isso eu pertenço a ele?"
Mameha: "Sayuri...Eu sei o que é tentar vencer sem ter um 'danna'(senhor).
Sayuri: "Eu faria qualquer coisa...que não isto."
Mameha: "Alugar quartos? Mendigar cada refeição? É essa a vida que você quer?
Sayuri: "Quero uma vida que seja minha!"
Mameha: "O Nobu nunca te tratou de outra forma que não com amabilidade."
Sayuri: "Não quero mera amabilidade!"
Mameha: " O quê? Que mais podemos esperar? Somos gueixas!"
Sayuri: "Sentia alguma coisa pelo Barão, não sentia?
Mameha: "Nunca me permiti tal."
Sayuri: "Não minta pra mim!"
Mameha: "A seu tempo, você aprenderá."
Sayuri: "Não quero aprender!"
Mameha: "Sayuri! Não nos tornamos gueixas para sermos donas do nosso destino. Nos tornamos gueixas porque não temos escolha!"
LALALALALALALA
Sayuri (para o presidente): "Presidente!"(¬¬) (vira-se para Pumpkin) "Como é que você foi capaz?! Não sabe o que fez!"
Pumpkin: "Sei sim."
Sayuri: "Não entendo...Por que é que tinha que ter trazido o Presidente?!"
Pumpkin: "Porque eu sei quais são os seus sentimentos em relação a ele. Há muito tempo, você me tirou uma coisa. A única coisa que alguma vez quis verdadeiramente. Bem...agora já sabe como me senti."
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Narração de Sayuri: "O coração morre. Uma morte lenta...deixando cair cada esperança como folhas, até que um dia já não há nada. Nenhuma esperança. Nada resta. Ela pinta o rosto para o esconder. Os seus olhos são como águas profundas. Uma gueixa não deve querer. Uma gueixa não deve sentir. Uma gueixa é uma artista de um mundo que flutua. Ela dança, ela canta, ela o entretem...o que quer que queira. O resto são sombras. O resto é segredo."
LALALALAL
Sayuri: "Presidente, o que aconteceu na ilha..."
Presidente: "Por favor, não tem que explicar."
Sayuri: "Mas envergonhei-me tão profundamente...para além de qualquer perdão..."
Presidente: "Não! Sou eu quem deve ser perdoado."
Sayuri: "Não compreendo."
Presidente: "Talvez...se ao menos tivesse sabido a verdade..."
Sayuri: "A verdade?"
Presidente: "Há uns anos, ia a caminho do Teatro quando vi uma garotinha chorando a beira do Rio Sunagawa. Parei para lhe comprar uma taça de gelo doce.
Sayuri: "Sabia que eu era aquela garotinha?"
Presidente: "Nunca se perguntou por que é que a Mameha te pôs sob a sua proteção?"
Sayuri: "A Mameha aproximou-se de mim por sua causa?! Gostaria que tivesse me dito isso muito tempo atrás."
Presidente: "O que é que podia fazer? Devo a minha vida ao Nobu. E por isso, quando vi que ele tinha uma hipótese de felicidade com você, fiquei em silêncio. Mas...mas não posso continuar a fazê-lo. Espero...que não seja tarde demais." (olha para Sayuri) "Não tenha receio de olhar para mim...Chiyo."
Sayuri: "Não percebe? Todos os passos que dei, desde que era aquela criança na ponte, tiveram o propósito de me levar mais próxima de você..."
LALALALALA
Final do Filme (narração de Sayuri): "Não podemos dizer ao sol: mais sol!; ou à chuva: menos chuva!. Para um homem, uma gueixa pode ser apenas meia mulher. Somos as mulheres do anoitecer. E, ainda assim, para aprender o que é a amabilidade, somente depois de tanta crueldade para perceber que uma garotinha, com mais coragem do que pensava, viu suas preces atendidas. Não poderemos chamar a isso felicidade? Afinal de contas, estas não são as memórias de uma imperatriz, nem de uma rainha...Estas são memórias de uma
outra espécie."